O BRASIL DE BOLSONARO
Em
outubro de 2018, a vitória de Jair Bolsonaro no primeiro turno das
eleições presidenciais, com 46% dos votos válidos emitidos, teve o
efeito de uma bomba e pôs o país em estado de comoção política.
No mundo inteiro passaram a ser discutidas as consequências do
acesso da extrema direita ao poder, não já num país de pequeno ou
médio porte, mas de dimensões e população continental. Evocou-se
até a possibilidade de uma “Internacional” de extrema direita.
Bolsonaro
cresceu eleitoralmente na última semana da campanha eleitoral, em
especial nos dias prévios à eleição, até atingir pouco mais de
46% dos votos válidos emitidos; nas semanas prévias seus
percentuais eram bastante inferiores a 30%. Até um mês antes das
eleições, a candidatura (cassada) de Luiz Inácio Lula da Silva,
encabeçava as sondagens com percentuais situados entre 37% e 40%. O
crescimento de Bolsonaro, qualificado de “surpreendente”, não
obedeceu a uma captação maciça de “indecisos”, e não se
baseou exclusivamente, nem principalmente, na degringolada das
candidaturas de Marina Silva (Rede), abandonada pelos evangélicos ao
seu nicho ecológico original (menos de 1%), e Geraldo Alckmin
(PSDB); o deslocamento de entre 10 e 13 milhões de eleitores em
direção da candidatura do capitão fascista captou amplamente entre
os eleitores iniciais de Lula. Os “bolsomínios” que saíram
espancando mulheres e homossexuais pelas ruas (e arrancaram as placas
em homenagem de Marielle Franco no Rio de Janeiro, e assassinaram
Mestre Moa do Katendê em Salvador) se apoiaram sobre uma vasta massa
passiva e despolitizada que se inclinou nas urnas pelo candidato da
extrema direita. Apoiadores de Bolsonaro realizaram pelos menos 50
ataques de rua em todo o país nos três dias posteriores a 7 de
outubro: esse foi seu verdadeiro “voto”.
O
pouco mais de 29% obtido por Fernando Haddad (PT), que deveria ser
transformado em 30% se considerados os votos presidenciais do PSOL
(um fiasco eleitoral de 0,5%) e pelo PSTU (0,05%, uma votação
marginal), não poderiam ser considerados como a perda de dez pontos
percentuais (ou de 20-25% do total de seus votos) pelo “lulismo”,
na operação de transferência de seu caudal eleitoral para o
“poste” da vez (que teria funcionado plenamente nas duas eleições
de Dilma Rousseff). Dadas as características da situação política
brasileira, originadas no golpe militar/parlamentar de agosto de
2016, e a polarização político-emocional da campanha eleitoral, os
votos pelo PT, o PSOL e o PSTU, foram votos para a esquerda em
condições políticas repressivas, e independentemente do programa
de suas siglas. Isto é corroborado por algumas boas votações
obtidas pelo PSOL para governo de estado (SP e RJ, por exemplo) ou
para cargos proporcionais (o PSOL passou de seis para 10 deputados
federais, a maioria de seus votantes votou pelo PT - Haddad - para
presidente) e pela relativa recuperação eleitoral do PT em relação
às eleições municipais de 2016.
Não
foi, tampouco, uma “barragem nordestina” a uma ascensão fascista
que conquistou 99% dos redutos tucanos, barragem alimentada pela
Bolsa Família: em que pese Haddad ter sido vitorioso na região
Nordeste (e só nela, dentro das cinco regiões brasileiras),
Bolsonaro venceu em cinco de nove capitais nordestinas, incluída
Recife. Ainda assim, a chapa PT-PCdoB, em que pese estar composta por
uma desconhecida e um semidesconhecido do grande público, que tinham
só 4% das intenções de voto em inícios de setembro, ficou só
dois pontos percentuais em baixo da chapa Lula-Leonel Brizola em
1998, quando o “antipetismo” jogava um papel marginal, ou não
jogava papel nenhum. Na Câmara de Deputados o PT ficou com 56
eleitos (as sondagens prévias lhe atribuíam 52), contra os 69
obtidos em 2014 (reduzidos a 61 depois da fuga provocada pelo
afundamento do partido na lama da corrupção), ou seja, praticamente
manteve suas posições, o que, depois da varrida da Lava Jato,
deveria ser considerado quase um milagre, justificando a observação
de Jânio de Freitas: “Com a exceção relativa do PT e mais do
PSOL, os partidos desapareceram, fosse por falta absoluta de
expressão, fosse porque dissolvidos nas inúmeras traições”.
Desde setembro, FHC tentou publicamente unificar o vasto “centrão”,
a base política da Nova República, desde o PSDB até a Rede,
passando pelo MDB, o PPS de Roberto Freire e tutti
quanti,
colhendo um fracasso político, e depois eleitoral, espetacular.
O
PSL (a sigla de aluguel do bolsonarismo) obteve 52 cargos de
deputado, mas tratou-se de um conjunto cuja única “coerência”
foi dada pelo fato de 21 deles serem policiais (sem contar os
militares retirados), ou seja, uma unidade não política, mas
corporativa, acompanhada de uma cambada heterogênea de “traidores”.
O acompanhante do antigo capitão de artilharia na chapa presidencial
foi um general retirado (que provavelmente passará à história como
autor da proposta de “Constituinte de Notáveis”, “notavelmente”
desastrada) filiado ao igualmente ignoto PRTB. A base parlamentar do
governo Bolsonaro são as bancadas evangélicas/BBB (Bíblia, boi e
bala), espalhadas em diversos partidos e que já controlavam
(inclusive sob os governos petistas) quase 50% da Câmara e do
Senado, que negociam até o último centavo das verbas públicas,
acrescidas da contribuição policial/militar do PSL. A base política
do candidato direitista não tinha sido construída por nenhum
marqueteiro, mas pela progressiva criminalização da política e das
lutas sociais, e pela sua aproximação às Forças Armadas,
conquistada pela intermediação dos generais e brigadeiros Augusto
Heleno, Oswaldo Ferreira, Aléssio Ribeiro Souto e Ricardo Machado,
retirados. Bolsonaro construiu seu caminho como continuação da
força militar Minustah no Haiti (chefiada por Augusto Heleno, cabeça
do programa de governo de Bolsonaro), da intervenção política
brasileira (via PSDB paranaense) na deposição cívico-militar do
governo Lugo no Paraguai, da intervenção militar no Rio (saudada
por alguns como um ataque estratégico à “banda podre” da
polícia carioca), do assassinato de Marielle Franco e Anderson Dias,
da tropa de choque nas favelas e dos assassinatos de jovens negros,
da judicialização e militarização das lutas sociais e políticas.
Considerados
isoladamente todos os partidos, o PT ficou como o maior partido da
Câmara dos Deputados pela primeira vez, devido ao retrocesso
eleitoral dos partidos neoliberal/fisiológicos do chamado “centrão”.
Certamente, como escreveu um analista externo, “os mercados se
entusiasmaram com Bolsonaro”: a Bolsa de Valores reagiu com uma
alta de 4,57% e um volume recorde de negócios no day
after
do primeiro turno presidencial. O entusiasmo já existia antes: nos
últimos dois meses de campanha, as doações do empresariado e da
banca à chapa de Bolsonaro compensaram sua falta de tempo na
propaganda eleitoral gratuita na televisão, indicando o caminho aos
candidatos empresariais (como João Dória, que virou as costas a
Geraldo Alckmin em favor de Bolsonaro) e pentecostais. O apoio dos
mercados não seria, porém, garantia absoluta de estabilidade
política para a Bolsonaro, num país mergulhado na pior crise
econômica de sua história, com mais de trinta milhões de
desempregados e subempregados, um retrocesso de 10% do PIB per capita
em apenas dois anos (um índice de catástrofe bélica), uma dívida
pública federal de R$ 4 trilhões e uma dívida total do Estado
superior a R$ 5 trilhões, perfazendo uma dívida pública total de
80% do PIB (se considerada também a dívida privada, esta supera com
folga 100% do PIB).
Como
apontou um correspondente estrangeiro, “os custos do ajuste
desgastarão quem ocupar a presidência, e com muita velocidade”; a
única proposta econômica de Bolsonaro durante a campanha eleitoral,
além de ataques aos direitos sociais, foi a criação de um
superministério econômico unificando as pastas de Fazenda,
Indústria, Planejamento e Secretaria Geral, ou seja, governar com
mão de ferro a economia, como se este recurso bastasse para superar
a crise da acumulação capitalista, de raízes mundiais e não
nacionais. Dai que, sem deixar de cuspir fogo contra Lula, Dilma e o
PT, o Estadão
conclamasse, em editorial de setembro, por um “pacto pela
governabilidade”, porque “uma vez fechadas as urnas, será
necessário promover um grande entendimento nacional, que só
funcionará se vencedores e vencidos reconhecerem o quadro de
descalabro fiscal”; e insistisse, novamente em editorial em
outubro, “por um pacto nacional”, “alguma forma de convergência
em torno de interesses comuns... que se espera do próximo governo e
também dos partidos que lhe farão oposição”. A chapa PT/PCdoB,
que já estava no centro (embora seu eleitorado fosse de esquerda)
moveu-se para a direita, acenando para o mercado financeiro (depois
de prometer enfrentar o “cartel dos bancos”) e para o cadáver
político dos partidos do “centrão”; e também para o alto
comando militar.
Jair
Bolsonaro, que votara o impeachment de Dilma Rousseff em nome e em
memória do principal torturador da ditadura militar, anunciara em
2014 sua intenção de concorrer ao Planalto em 2018. O
semidesconhecido parlamentar democrata cristão só tinha até então
se notabilizado por ter defendido, em 1999, em entrevista à TV, o
fechamento do Congresso e o fuzilamento de 30 mil pessoas durante a
ditadura militar, o que foi visto como uma extravagância própria de
um país que elegera como deputado o palhaço Tiririca. No mesmo ano
de 2014, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do MDB que
compartilhava o Poder Executivo com o PT, criava o “blocão” de
214 deputados que em 2016 foi ampliado no “centrão”, a tropa de
choque de 280 deputados que votou o impeachment de Dilma Roussef. A
movimentação era uma resposta tardia da coluna vertebral da “classe
política” brasileira às mobilizações populares que em 2013
tinham abalado o país. João Dória, eleito, em 2018, governador do
estado mais rico e de maior colégio eleitoral (22%) da União,
conduzia então um programa na TV que só entrevistava empresários.
No
auge das mobilizações de rua pelo impeachment de Dilma, em 2016,
dirigentes políticos do MDB e do PSDB, que esperavam colher
institucionalmente (com Michel Temer) e eleitoralmente os frutos da
empreitada golpista, subiram confiados no palanque montado na Avenida
Paulista em frente à FIESP e ao “pixuleco” de Lula, só para
ouvir uma sonora vaia e vivas a Bolsonaro, manifestação que os
obrigou a descer apressadamente do palco imaginário de sua glória.
Os aprendizes de feiticeiro, herdeiros da ala civil do golpe militar
de 1964, tinham soltado o gênio da garrafa, e não sabiam como
reintroduzi-lo. As igrejas evangélicas, que em 2002 firmaram um
pacto com Lula e indicaram seu candidato a vice-presidente, mudaram
de lado. As manifestações em favor da intervenção militar e de
Bolsonaro (promovidas frequentemente pelos mesmos grupos) que
salpicaram a greve dos caminhoneiros de maio, foram pavimentadas por
esse processo político. Sem esquecer a bancada “Bíblia, Boi e
Bala” (BBB), que apresentou um “Manifesto à Nação”,
documento da Frente Parlamentar Evangélica, no qual, para além de
orientar o voto dos seus fies militantes, sugerindo que brasileiros e
brasileiras exercessem a cidadania “escolhendo seus candidatos pelo
alinhamento deles com os valores do Reino de Deus”, também
conclamou o reordenamento da família, em seu formato nuclear,
desconsiderando todo avanço acerca de novos arranjos familiares e de
laços de solidariedade.
O
que entrou em fase terminal na crise de maio foi o golpe
parlamentar-institucional-militar de 2016 e sua base política, que
foi a grande derrotada nas eleições. O apoio a Bolsonaro cresceu
conforme se ascendia na escala da renda familiar (atingindo 70% na
faixa superior a cinco salários mínimos); fato notável é que ele
também crescesse na escala ascendente dos níveis de escolaridade,
superando 60% entre os detentores de diploma de ensino superior, que
tinham apoiado majoritariamente as chapas e governos encabeçados
pelo PT na década precedente. Um setor que crescera espetacularmente
com programas como o Prouni e o Fies, que ostenta hoje, no entanto,
recessão e desemprego mediante, uma taxa de inadimplência superior
a 50%. O fator político estrutural da ascensão de Bolsonaro, porém,
foi a cassação e a prisão de Lula. Empresários bancaram, com
contratos de até R$ 12 milhões, o disparo maciço de calúnias e
fake
news
contra a chapa PT/PCdoB via whatsapp.
O efeito disso foi bastante relativo, pois o que Bolsonaro dizia, num
linguajar que não vacilava em usar termos chulos, era o que se podia
ouvir sem aguçar o ouvido em muitos lugares nas ruas, táxis ou
ônibus, em programas sensacionalistas de TV tipo “Cidade Alerta”
e também nos inúmeros programas das diversas igrejas evangélicas.
Para
entender porque o fascismo prospera em determinado espaço, tempo e
lugar é prioritária a análise política, caso contrário o
fascismo político seria perene e constante. A conjuntura política
de 2018 criou as bases de sua prosperidade eleitoralmente vitoriosa.
Para uma concentração de seus partidários na Avenida Paulista,
Bolsonaro transmitiu sua intenção de varrer do país e até da vida
seus opositores “vermelhos”. Os fiscais eleitorais e a polícia
se entusiasmaram, invadindo mais de 30 universidades públicas,
centros acadêmicos e sindicatos docentes, sob o pretexto de combater
“propaganda política” (retirando, por exemplo, uma faixa
antifascista da Faculdade de Direito da UFF, que não mencionava
nenhum partido ou candidato), provocando atos estudantis massivos e a
manifestação contrária até de autoridades das universidades e do
próprio STF. A resistência antifascista militante ganhou dimensões
de massa com o #elenão e as mobilizações e atos de rua convocados
por coletivos feministas e movimentos sociais, realizados inclusive
em outros países. Bolsonaro fugiu dos debates eleitorais.
Para
o segundo turno, o PT convocou uma “frente democrática” dos
partidos, inclusive adversários, que se reivindicassem da
democracia. A “frente” fracassou de modo ensurdecedor, os
“democratas notórios” (o PSDB de FHC, o PSB de Márcio França
ou o PDT de Ciro Gomes) ficaram democraticamente em cima do muro,
revelando menos uma vontade suicida do que o desejo voluptuoso de se
somar ao carro vitorioso da extrema direita, demonstrado de modo
exemplar pelo PSDB do “Bolsodória”. O pouco importante apoio a
Haddad de Marina Silva mais pareceu uma cusparada em sua cara. A
“democracia brasileira” fracassou miseravelmente quando posta de
nariz diante do fascismo. Que dúvida pode caber sobre se esse fato
favoreceu a vitória de Bolsonaro e sua chapa? Nessas condições
limítrofes, não foi graças à sua aproximação com as igrejas
católica e evangélica e com o Estado Maior das Forças Armadas, ou
ao rebaixamento de seu moderado e conciliador programa, mas a
despeito disso, que a chapa PT/PCdoB obteve no segundo turno 44,9%
dos votos válidos, pouco menos de 47 milhões, contra 55,1% (57,8
milhões) de Bolsonaro, uma diferença inferior aos 18-20 milhões de
vantagem com que a chapa de extrema direita pensava contar. No
segundo turno, Haddad cresceu em quase 16 pontos percentuais,
Bolsonaro só em nove. O movimento para a direita do eleitorado foi
indubitável e enorme, mas inferior aos 60% dos votos que as
sondagens iniciais lhe atribuíam. Os quase 16 milhões de votos
suplementares de Haddad/Manuela resultaram dos atos públicos, do
#EleNão
e da mobilização de rua, e do impacto que eles provocaram no
eleitorado mais relutante. Estamos, com Bolsonaro, diante de um “Lula
de direita” cuja simbologia eleitoral “tirou do armário” a
alma mal (ou jamais) lavada da escravidão, do machismo homofóbico e
antifeminino, e do autoritarismo dos brasileiros? Os cérebros mais
lúcidos do establishment, no entanto, não celebraram o segundo
turno de 2018 chamando a “varrer a petralhada vermelha”, mas
exortando (inclusive a Bolsonaro) à “reconciliação” e à
“unidade” nacionais.
Diversamente
de 1964/1968, o Brasil não encara em 2019 uma conjuntura de
crescimento interno e internacional, mas uma crise econômica
estrutural e uma desaceleração internacional. O programa econômico
do governo militarizado a ser empossado em 2019 é o de um
neoliberalismo privatista rampante, eivado de contradições. A
eliminação do déficit fiscal e a reforma da Previdência,
conclamadas pelo empresariado interno e externo, se estraçalham
contra o tamanho da dívida pública (que beneficia o grande capital
financeiro) e contra o fato de que 44% dos gastos previdenciários da
União correspondem às Forças Armadas, opostas a uma privatização
completa da Petrobras.
O
Brasil não ficou dividido pelo irracionalismo (embora Bolsonaro
tenha se esforçado em demonstrar o contrário), mas por uma
polarização econômica, social, regional, étnica e até sexual,
uma polarização de classe sem paralelos. O enorme voto pelo PT no
Nordeste não foi o de um “saudosismo lulista”, mas o da região
que mais sofreu a crise econômica e o crescimento da pobreza extrema
nos últimos dois anos. Bolsonaro deverá passar por várias crises
para resolver essas contradições com os métodos de extrema
violência que propõe. E essas crises abrirão outras
possibilidades, baseadas na intervenção dos trabalhadores e do
movimento popular.
Bolsonaro
estruturou um governo da frente golpista de 2016, que apontou para
políticas de privatização do patrimônio público e de avanço
imperialista sobre as riquezas naturais do país, suprimindo direitos
sociais, e retrocedendo no combate às opressões das minorias,
aumentando a violência rural e urbana e atacando de forma
contundente o funcionalismo público. Para avançar e retirar
conquistas históricas da classe trabalhadora anunciou que iria
criminalizar o ativismo, atacar sindicatos e combater os movimentos
sociais, buscando neutralizar ou eliminar qualquer oposição. Um
movimento operário classista deverá se pôr em pé, se delimitando
das armadilhas da conciliação de classes que abriram o caminho para
o retrocesso político de 2018. As plenárias sindicais com delegados
de base que discutem planos de luta contra a Reforma da Previdência
e pelas reivindicações prementes estão na ordem do dia.
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